Ler Karl Marx é uma operação penosa;
pelo menos para mim, é mais ou menos equivalente a ler um conto de
fadas para adultos. Como em todos os contos de fadas, nos escritos de
Karl Marx existem situações verdadeiras ou que se aproximam muito
do real, e outras situações completamente imaginárias.
Umas vezes, Karl Marx faz uma descrição
quase perfeita da realidade mas logo a seguir recusa-a (não a aceita), tentando
impôr a ideia de uma realidade utópica e imaginária que é em si mesma impossível de
existir.
Outras vezes, Karl Marx opta por fazer
a crítica à realidade sem dar grandes soluções para os problemas
— como, por exemplo, quando Karl Marx reduz o Estado pós-revolução
a um estatuto de comunidade imaginária, ou quando faz a distinção
utópica entre “comunidade aparente” e “comunidade real”.
O problema é que os contos de fadas,
quando escritos para adultos, podem ser muitíssimo perigosos, porque
os adultos já não têm a imaginação das crianças para
transformar as estórias em puro sonho.
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