quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A União Europeia das nações sem referências oficiais e culturais comuns

Quando o Tratado de Lisboa retirou do seu texto a referência às raízes cristãs da Europa, fechou qualquer hipótese de futuro da União Europeia porque recusou o passado europeu. Este texto explica o fenómeno fechado da União Europeia de hoje.

O que deveria ser um apelo à união da Europa passou a ser apenas um clube de interesses mútuos escorados exclusivamente na prosperidade material e no utilitarismo ético, e quando essa prosperidade material diminuiu — como está a acontecer hoje — a União Europeia desmantela-se, porque nada mais existe que possa unir os povos da Europa.

Qualquer comunidade de indivíduos, ou de nações, tem que ter pontos de referência culturais comuns. Por exemplo, uma das formas de um português se integrar na Suíça será frequentando a missa dominical de uma igreja católica suíça, onde poderá encontrar nacionais suíços com idênticas referências culturais antropológicas e intelectuais. Sem referências culturais comuns, é impossível a constituição de uma comunidade.

Se a Europa está dividida em nações com histórias e línguas diferentes, a importância da referência ao Cristianismo, no estabelecimento de pontes culturais entre os vários povos da Europa, seria de extrema importância, mas a religião secular e a maçonaria europeias impediram que essa referência ao passado cristão comum europeu fosse inscrita no Tratado de Lisboa e fosse oficialmente reconhecida pela União Europeia.

As forças e as elites que construíram esta União Europeia são as mesmas que agora a destroem, ao mesmo tempo que culpam o nacionalismo que é, em si mesmo, a única forma lógica da continuidade das nações europeias quando desprovidas de uma identidade comum que as elites políticas, em nome de uma mundividência radical e presentista, retiraram ao projecto europeu. 

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