terça-feira, 13 de setembro de 2011

Portugal sem luz ao fundo do túnel

A minha percepção do momento político português é toldada por um factor muito subjectivo: não confio em Passos Coelho, não só como pessoa mas também como político. E por isso não votei nele. Se calhar, estou errado; nunca desejei estar tão errado, no que diz respeito à política, como neste momento.

Esta coisa da confiança ou da não-confiança em alguém pertence ao domínio da intuição, através da qual conhecemos um objecto prescindido de uma intermediação objectiva (de factos). Porém, e com o decorrer do tempo, os factos parecem justificar a minha intuição.
 
Quando um governo pede sacrifícios ao povo, deve dar-lhe indicações seguras do que se pretende com esses sacrifícios e, acima de tudo, deve dar ao povo pelo menos um vislumbre de esperança acerca da saída da crise. Ora o que acontece com Passos Coelho é que não só o povo não tem a percepção do quanto ainda tem que se sacrificar, como o governo passa um sentimento de eternização da crise — temos hoje a clara sensação de que o pior não tem fim.

Passos Coelho aumenta brutalmente os impostos dos cidadãos e poupa o despesismo do clientelismo político-partidário do Estado lisboeta. E é por isso que temos a noção de que estes sacrifícios do povo não servem para grande coisa, e que Passos Coelho está apenas mandatado para vender Portugal ao estrangeiro.

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